O Templo

Construído, apenas e tão somente, por uma atitude de fé do Comendador Stéfanos Vassiliadis, sem a participação de quaisquer membros da comunidade helênica, tendo sido motivado por um sonho que teve com Panaghya Tsambika.

Sua lavoura de arroz estava submersa, pois havia chovido muito e a colheita ficaria praticamente toda comprometida. Numa noite, sonhou com a Mãe de Deus que lhe pedia para prometer que se sua lavoura fosse salva, com parte do dinheiro, ele construiria uma igreja em sua honra.

Quando acordou, pensou como poderia ter tido aquele sonho já que não havia a menor possibilidade de salvar aquela plantação. Mas, assim mesmo, prometeu. Depois de dois ou três dias, do lodo podre, começaram a brotar ramos verdes e naquele ano a lavoura teve a máquina colhendo muito arroz. Colheu a primeira safra, muito boa e, depois de terminada, o arroz voltou a brotar, possibilitando duas colheitas.

Por esta razão, e num movimento absoluto de fé, Stéfanos não hesitou em iniciar a construção do templo, inaugurado em 8 de setembro de 1958, com o batizado de seu filho Antonios e de uma sobrinha.

Pela construção do templo com recursos próprios, sem a ajuda de qualquer outra pessoa, Stéfanos foi agraciado com o título de Comendador, honraria concedida com grande deferência a pessoas muito especiais.

Com as cores típicas gregas, branco com bordas azuis, possuía canteiros que o circundava com mudas de manjericão e rosinhas vermelhas muito perfumadas, o templo foi frequentado pelas comunidades helênica e árabe na década de 1960 e início da década de 1970.

Algum tempo depois, Stéfanos precisou ausentar-se de Lins para lutar em outras terras, e os cuidados do templo passaram à sua esposa, Maria Vassiliadis, que, enquanto viveu em Lins até 1975, responsabilizou-se física e financeiramente pelo mesmo.

O desejo fervoroso de Stéfanos de que esta obra não se perdesse, movido sempre por sua fé inabalável, pois as provas que tivera do poder de Panaghya Tsambika foram muitas, levou-o procurar de todas as formas impedir que o templo se perdesse no esquecimento. Doou-o sem sucesso, tentou o tombamento como patrimônio histórico em 1988, mas não obteve o apoio da comunidade.


Texto adaptado de carta enviada ao ex-prefeito de Lins, Eng. Waldemar Sândoli Casadei, por Karistula Stefanou Vassiliadis, filha do Comendador Stéfanos Vassiliadis, em agosto de 2007

 

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