Nosso templo

A concepção arquitetônica dos templos bizantinos e nosso padrão de culto se empenham em criar uma atmosfera de adoração, elevando a mente e a alma do fiel em adoração para o Reino de Deus por meio de todos os seus sentidos sensoriais.

O padrão de culto bizantino é apostólico na origem e claramente se desenvolveu a partir do culto do Templo e da sinagoga judaicos revelado pelo próprio Deus nas Escrituras como um “exemplo e sombra das coisas celestiais” (Hebreus 8,5), ou seja, o culto de oração que continua no céu “sem cessar” (1 Tessalonicenses 5,17).


concepção arquitetônicaA abside ou “útero” nos recorda a Encarnação do Deus-Homem, através de Maria, a qual vemos nos convidando para seu Filho.

SANTUÁRIO – O CÉU: Celebramos voltados para o sol nascente (oriente), um símbolo bíblico do Filho Ressuscitado.

O Santuário historicamente corresponde ao Santo dos Santos no culto do Templo judaico e espiritualmente simboliza o Reino dos Céus, no qual nós, como cristãos buscamos passar a eternidade.

A Mesa do Altar representa o Túmulo de Cristo e é onde a Eucaristia é oferecida e recebida. Assim como nas primitivas catacumbas cristãs, relíquias de mártires são colocadas dentro da Mesa do Altar porque a Igreja foi construída alicerçada sobre a fé e o sangue dos mártires.

A Mesa (Altar) da Prótese (onde é realizada a Proskomidia, fica na face norte do Santuário) é Belém onde Cristo nasceu. Durante a Grande Entrada, Ele irá “rumo a Jerusalém” deixando Sua Vida no Altar, então podemos participar de Seu Corpo e Sangue (cf. João 6).

O Iconostase simboliza o Véu do Templo no Antigo Testamento, que separava o Santo dos Santos do restante do Templo. Lembra-nos também da Encarnação de Cristo, através da qual Céu e terra se encontram.

As Portas Reais representam os portões da Jerusalém terrena, durante a Grande Entrada, e as portas da Jerusalém celeste, em grande parte dos outros momentos; Cristo passa por estas portas, a cada liturgia, como Evangelho, Eucaristia e Sacerdote, lembrando-nos que somente podemos entrar no Céu através das portas que Ele abriu.

As Portas Diaconais: A Porta Norte é guardada pelo Arcanjo Miguel que é quem defende a entrada dos Portões do Céu, enquanto que a Porta Sul nos mostra Gabriel cuja Anunciação a Maria foi o início de nossa entrada no Céu.

SOLEA – A THEOSIS: Alcançando as alturas da comunhão com Deus

Solea é a plataforma elevada da área do altar e nos lembra do elevado estágio final da vida cristã, onde estamos unidos com Deus em theosis. É aqui que os Santos Mistérios ou Sacramentos são administrados aos fiéis.

NAVE – A ILUMINAÇÃO: Nossa vida cotidiana em Cristo e Sua Igreja

Nave é uma palavra de origem latina que significa “barco” ou “arca” e historicamente corresponde ao Pátio Interior no culto do Templo judaico. Espiritualmente, simboliza a nossa vida cristã aqui na terra e nos lembra que, juntos, estamos navegando em direção à nossa verdadeira pátria celeste na “Terra” cercada e apoiada por “uma grande nuvem de testemunhas” (Hebreus 12,1-2) — nossos irmãos e irmãs, os santos.

Em templos com uma cúpula, Cristo o Pantokrator olha para baixo e abençoa o Seu povo desde o Céu. Ele está ao leme da nossa Arca de Salvação.

Ficamos de pé durante o culto, porque estamos na presença de nosso Rei.

O candelabro representa as estrelas para nos lembrar que “os Céus declaram a glória de Deus” (Salmos 18/19,1) e que também estamos a ser luzes nesta vida na qual “resplandecemos como astros no mundo” (cf. Filipenses 2,15).

O chão representa a terra enquanto que o teto e a área do altar/solea representam o Céu, portanto, tentamos construir nossos templos tão elevados quanto possamos alcançar.

NARTEX – O ARREPENDIMENTO: O primeiro estágio de nossa vida em Cristo

O Nartex corresponde à Corte Exterior no culto do Templo judaico e espiritualmente representa o primeiro estágio da vida cristã: o arrependimento. Era aqui que, na igreja primitiva, tanto aqueles que desejavam se tornar cristãos quanto os crentes que estavam em penitência ficavam durante os ofícios.

Tradicionalmente, é mais escuro que o resto do templo por causa disso. A Nave é brilhante para revelar nossa iluminação em Cristo.

Entrando no templo e deixando-o, nos persignamos orando ao Senhor.

Aqui, aqueles que chegam para adorar a Deus irão acender velas para os ícones e irão fazer algumas orações, como quiserem. As velas simbolizam Cristo a Luz do Mundo, que se sacrificou por nossos pecados. A cera da vela nos recorda a alma humana. A cera da vela é fria e rígida, mas depois de ser acesa e passar tempo na igreja, se torna quente e maleável. Nossa alma é muitas vezes fria e rígida quando adentramos a Igreja vindos do mundo exterior, mas ainda assim, se aquece e torna-se maleável, quando estamos na igreja adorando a Deus.

MARQUISE – O MUNDO: Nossa vida antes de Cristo